quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

I'm not that political though

A história política do Brasil segue de fundo moldada pelos mesmos protagonistas, talvez porque o ingresso de políticos desvinculados ao meio dominante implicaria em concorrência, ameaçando os dirigentes que se julgam suseranos. Certos partidos não se abrem à sociedade civil e assim se privam de civis competentes em suas chapas. Entretanto, a própria história nos mostra que ao povo brasileiro não foi dado o direito de discutir ou tratar de política como parte de uma cultura social. Mesmo com as evoluções que se procederam após o golpe militar de 64, notamos que o brasileiro não é talhado para a política pela sua própria formação.
Não temos precedente de golpes de governo ou de destituição de governante, exceto raríssima exceção. Embora, aparentemente, observe-se uma evolução, esta não pode ser encarada como fundamento a ponto de dizer que profundas alterações políticas aconteceram em nosso meio social.
A mudança ocorre como sendo de fachada, permanecendo no poder herdeiros ou sucessores de políticos anteriores, o que vem a demonstrar que não houve alteração alguma. É ululante que a renovação da classe política deveria ser contínua. Se os mesmos governam cidades, estados ou o país e os problemas sociais pululam na sociedade, a questão não corresponde apenas a quem vive em meio ao caos, mas a quem a ele assiste.
A reeleição é também muitas vezes nociva, pois acomoda o brasileiro, uma vez que é mais fácil votar em quem já está no alto ao invés de estudar os candidatos e suas idéias e considerar uma nova possibilidade de governo.
A solução é a movimentação democrática dentro de cada partido; a ascensão política deve resultar de discussão e voto de todos que os compõem. Sendo feita a renovação interna, a população estará apta a democratizar a renovação como um todo, tendo em vista que não basta que sejam eleitos outros presidentes, governadores, prefeitos, vereadores, deputados; algumas vezes é necessária a renovação partidária para que sejam implantadas novas experiências, idéias e formas de política.
O Brasil não obterá progresso enquanto sua orquestra for regida pelo mesmo maestro, guiando os mesmos músicos, que tocam os mesmos instrumentos.